Estudo afirma que filmes violentos diminuem criminalidade


Gordon Dahl, da Universidade de San Diego, e Stefano Della Vigna, da Universidade de Berkeley (Califórnia, Estados Unidos), ambos economistas e autores de uma pesquisa recente sobre cinema e criminalidade

Defendem a tese de que os filmes violentos ajudam as sociedades a viver mais seguras, porque afastam algumas categorias de delinqüentes das ruas, levando-os ao mundo do cinema.

O estudo, abordado com ampla relevância nas páginas de economia do jornal The New York Times, afirma que os filmes violentos podem ajudar a prevenir os crimes, deixando os potenciais criminosos longe de um ambiente "perigoso" ao levá-los para dentro das salas de cinema.

"Ao ver um delinqüente cometendo, em película, um homicídio em seu lugar, os 'border line' [pessoas suscetíveis à criminalidade, 'marginalizados'] poderiam sublimar o desejo de violência através da visão de um filme", diz o artigo dos pesquisadores.

"Com base nesta reflexão, se tiramos os filmes violentos de circulação, há o risco de que se aumente a criminalidade nas ruas", explica Gordon Dahl.

Segundo os resultados da pesquisa, graças à audiência de filmes violentos nos Estados Unidos, houve cerca de 52 mil agressões a menos por ano, em média.

O estudo dos dois economistas caminha na tendência contrária às teses amparadas por psicólogos e psicanalistas, segundo os quais a violência no cinema encoraja atos violentos na vida real.

Craig Anderson, famoso psicólogo e defensor da equação "violência na tv é igual a mais violência na sociedade", lembra ao jornal NY Times que "as pessoas aprendem de cada experiência na vida, e estes ensinamentos vão a um nível das funções cerebrais muito basilares".

Nesse caso, os autores da pesquisa se dizem de acordo com a tese sobre a qual uma exposição elevada a filmes violentos, a longo prazo, pode levar a conseqüências perigosas, sobretudo para os mais jovens.

Mas ambos pensam diversamente, quando se trata de curtos prazos: "Nós nos perguntamos que coisa teriam feito essas pessoas se não tivessem escolhido ver um filme violento: talvez, muitos deles teriam roubado ou estuprado. Se, com um filme violento, pode-se parar um assassino, parece-me um fato positivo", diz Dhal.

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